30 de abr. de 2015
28 de abr. de 2015
27 de abr. de 2015
26 de abr. de 2015
"SONHAMOS GRANDE...
... e nem sempre nossos sonhos se
realizam...”
Meu caro, minha cara,
Foi desse
jeito, com essa frase, que começo o texto de hoje. E não por acaso ou sem propósito.
Estava dando
uma olhada na minha caixa de lembranças (por um motivo ordinário, que não é
relevante para essa história). Pois bem. Estava dando uma olhada na minha caixa
de lembranças e fiquei pensando se as pessoas têm as suas próprias caixas, com
objetos pessoais, fotos, lembrancinhas, convites de casamento, bilhetes em
guardanapos (rs), imagens de santos, cartas, cartões de natal, aniversário...
Pois eu tenho
uma caixa assim e gosto bastante de tê-la! Gosto de saber que já recebi carinho
de pessoas que não estão mais na minha vida (não, elas não morreram, só estão
em outro lugar, fazendo outras coisas com outras pessoas, mas todas vivas).
É interessante
ter isso para ver a passagem do tempo. Pelo menos é interessante para mim. Pegar
cada pedacinho do passado e lembrar de mim naquele momento em que aquela
lembrança se formou. Eu confesso que, quando me lembro, eu paro e penso: “E aí?
Quando é que vou me lembrar desse momento? Em qual situação será?”. E saboreio
uns bons 2 segundos esse pensamento, até minha atenção ser chamada para outra
coisa.
Gosto de
imaginar que alguém está se perguntando: “e essa frase? O que ela tem a ver com
a história?”. A frase estava em um guardanapo velho, mas cuidadosamente
guardado na caixa de lembranças, pois a pessoa que me deu é um completo
desconhecido com um nível de sinceridade muito próprio no momento em que tudo
aconteceu. E foi assim:
Trabalhava num
bar aqui em Ribeirão Preto cobrindo uma colega nas folgas dela. O trabalho?
Hostess (para os mais chiques). Recepcionista (para os mais objetivos). Foi em
meados de 2010 que trabalhei lá e confesso que foi uma experiência sociológica interessante.
Aprendi muita coisa boa e percebi o quanto sou péssima quando o assunto é
acolhimento (mas isso é assunto para um outro texto, se for o caso).
O caso é que
essa foi a época que eu mais me deparei com “tipos” na minha vida. Via gente de
tudo quanto é jeito, com todas as intenções possíveis e imagináveis.
E no meio
desse povo todo, me apareceu esse “bêbado desconhecido” (assim auto intitulado),
que numa tarde pediu a minha atenção, disse que estava muito bêbado, que eu
nunca mais o veria e que estava triste por isso, pois ele passaria pela minha
vida e que isso não teria qualquer importância para mim. Por isso ele pediu a
minha caneta emprestada e escreveu num guardanapo a seguinte frase: “Sonhamos
grande e nem sempre nossos sonhos se realizam... Não é porque nossos sonhos
eram pequenos e sim por causa das pessoas envolvidas nele! Keep Walking =P”.
Depois, me devolveu a caneta e me deu o guardanapo, dizendo que nunca mais
iriamos nos ver e que entenderia se eu jogasse o guardanapo na próxima lixeira.
Contudo, eu
não joguei o guardanapo na próxima lixeira. Nem em outra ou em outra.
Eu guardei.
Como uma
lembrança de um gracejo que alguém que estava muito louco de vodca. Como uma
brincadeira entre desconhecidos. Como algo que deveria ser guardado, por ser fugaz,
mas não por ser corriqueiro.
Cinco anos se
passaram e todas as vezes que eu abria a caixa das minhas lembranças eu olhada
para o guardanapo e pensava a mesma coisa: “que engraçado foi esse encontro...”.
Mas hoje,
quando olhei para aquele papel quase esfarelado, eu pensei em tantas coisas que
aconteceram nesses cinco anos. E nos cinco anos passados antes desses, e em
outros e em outros.
“Sonhamos
grande”, ele dizia... “e nem sempre nossos sonhos se realizam”...
Sonhamos grande,
de fato. Eu particularmente sonhei sempre muito alto. Alto demais para
conseguir respirar nele, de tão rarefeito era a atmosfera.
Dei conta que
queria chegar as alturas sem ajuda de um agasalho, um cilindro de ar, um mapa e
sem um guia. É um golpe perceber isso. É um grande golpe...
E hoje, ao
acaso, tendo passado por tantas coisas, com tantos sentimentos dentro de mim,
ao me deparar com o bilhetinho, eu tive que parar o que estava fazendo e vir
até o computador para escrever em homenagem a esse bêbado que só hoje conseguiu
tocar meu coração.
Talvez as
coisas sejam realmente por acaso e que essa história de “destino” seja apenas
um acalanto para que seja mais fácil para as pessoas acreditarem que há forças
e ações que elas próprias não podem controlar - o que não está de todo errado,
já que realmente existem forças e ações que não estão sob nosso querer.
Porém, por
entre todos os labirintos da minha cabeça, todas as minhas epifanias e
conclusões momentâneas, eis a mais nova: as coisas acontecem por acaso e há
muitos sonhos que podem ser nossos destinos. As pessoas que estão envolvidas
nos nossos destinos (ou sonhos, o que preferir), serão determinantes para que
consigamos alcança-los ou não. Incluindo a pessoa mais importante, que somos
nós mesmos. Enquanto nossos destinos possíveis nos inspiram, são as ações e as consequências
dos atos das pessoas que nos movem de verdade.
Eu poderia
começar a destrinchar a forma como cheguei - por hora - a essa conclusão, mas
acho que seria inútil para mim e enfadonho para quem ler.
Por isso... se
quiser... para simplificar... aceite as minhas sugestões: tenha uma caixa de
lembranças, acolha um desconhecido por 5 minutos em sua vida e tire suas
próprias conclusões.
Sonhe grande,
sonhe pequeno... e saiba que nem sempre nossos sonhos se realizam.
Keep Walking!
=P
Ribeirão Preto, 26 de abril de 2015
24 de abr. de 2015
Assinar:
Postagens (Atom)