Minhas lembranças mais antigas tem a ver com minha família e minha escolinha.
Na escolinha, as meninas usavam uma saia do tipo envelope, com babados xadrez, presa com um laço, toda na cor azul "tom estojo dos anos 80". A camiseta era branca e na saída da escolinha havia um pasteleiro e garapeiro.
Lembro do enorme parquinho com chão de areia e das brincadeiras com os meninos. Sim, meninos. Batia cabelo adoidado, virava a mãozinha, quebrava o pescoço pro lado e decidia quem iria brincar de pega pega comigo. Óbvio dizer que eu fazia eles correrem atrás de mim.
A legítima histeriquinha do parquinho, no auge dos meus quatro anos de idade.
Com seis anos, fui fazer testes de admissão para a primeira série. Estava entre o colégio em que meus primos estudavam e outro, de freiras. Sonhava com o colégio dos meus primos: eu os veria todos os dias e aprenderia a tocar piano.
Fui para o outro, aonde a saia era plissada, na altura do joelho e podia ser em duas cores: preto com branco ou marrom cor "de bosta".
Ah! Só estudavam meninas, programadas para amar Jesus - e ninguém mais.
Foram quatro anos de lavagem cerebral. Depois, fui para o colégio que meu irmão estudava.
Deu merda... Lá ninguém tinha o cérebro limpo com o "alvejante da cristandade".
De lá para cá, tentei muita coisa: cachaça, terapia, melancolia, abstinência.
Mas... Bater cabelo que é bom, ainda não consigo...
Ribeirão Preto, 21 de abril de 2019.
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