Meu caro, minha cara.
Sempre pensei que fosse feita para ser sozinha.
Mal sabia eu que eu nasci para ter família.
Mas família é algo complicado: se você tem a sorte de nascer naquela em que deveria, beleza.
Se não...
A minha família não tem títulos. Tem amor.
Só que não é aquele que eu aprendi lá atrás e que já contei aqui uma vez.
É do tipo de amor de verdade.
Daquele tipo em que se gera calor.
Gostoso como passar manteiga fresca no pão doce recém saído do forno, para depois abocanhar e deixar o rosto sujo da gordura.
Ou como estender os braços e saber que eles serão recheados de abraços, beijos, cafunés, apelidinhos e brigadeiros de colher.
Daquele tipo em que um está pelo outro, sem pedir nada em troca.
Ou melhor: pedir, sim, coisas em troca.
Pedir abraços, beijos, fotos, apelidos, orgasmos, memórias, colinhos, iniciativa, "deixa comigo que eu resolvo", loucuras, piadas e afins.
Minha família ainda é pequena; há ainda muitas vagas.
Mas só se candidate se você realmente for dar conta de querer começar isso comigo de fato...
Ribeirão Preto, 14 de outubro de 2019.
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