Meu caro, minha cara.
"Do nada", lembro da seguinte cena:
Tita recebeu flores de Pedro e a mulher dele ficou putinha, mas ficou na dela.
Eram rosas brancas que foram abraçadas com um "je ne se qua" intenso.
Os espinhos feriram a Tita durante esse abraço e as gotículas de sangue que surgiram tingiram as pétalas de vermelho.
Tita foi correndo para a cozinha com o buquê e resolveu preparar codornas com pétalas de rosas para a família.
E pôs naquele prato tudo o que sentia por Pedro...
O jantar foi, no mínimo, intenso: Mamãe Elena comeu e foi para seu quarto chorar pelo antigo amante. Pedro e Tita devem ter ficado com um tesão do caralho, mas, mesmo assim, cada um na sua. A mulher de Pedro (irmã de Tita e que, para este texto não vai te nome mesmo porque eu a detesto tanto que nem tenho o trabalho de ir atrás ver qual é) ficou "indisposta". Talvez porque recalque deixe as pessoas doentes.
E teve a Gertrudis!
Irmã mais velha de Tita e também solteira, Gertrudis começa a sentir "calores". Vai para o chuveiro (que fica do lado de fora da casa), mas não adianta nada: a água que lhe cai no corpo evapora e emana uma nuvem com perfume de rosas, que é espalhada pelo vento e atinge o nariz do general revolucionário, que estava passando com seu cavalo nas redondezas.
O calor era tanto que a casinha em que ficava o chuveiro pegou fogo (era de madeira...). Gertrudis foge pelo campo, a nuvem de rosas atrás. Encontra o general revolucionário, que a puxa para seu cavalo e, no balanço do galope, lhe tira a virgindade.
O calor continua e o general revolucionário não dá conta.
E, como um bom personagem não-hipócrita que é, deixa Gertrudis num puteiro para que ela dê à vontade pra quem a quiser comer.
Só quando o calor de Gertrudis diminui é que o general revolucionário volta para buscá-la e tomá-a como esposa, companheira de cama, vida e revolução.
(...)
Não entendeu nada? Dá um Google e vá ler o livro...
Ribeirão Preto, 14 de novembro de 2019
Como água para chocolate - Laura Esquivel
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