5 de mai. de 2020

CALMA, JUVENAL

Meu caro, minha cara.

A liberdade é uma porta de vidro aberta.

E você escolheu arranhar a porta de madeira fechada do banheiro.

"Calma, Juvenal. É só falta de fibras. Eu tô bem."

Sozinha e sem o humano por perto. Ele não sai de perto.

A liberdade alí e ele, aqui. Fica por perto para ver se eu tenho alguma crise.

Como se ele pudesse fazer alguma coisa durante alguma crise.

Como... Dar um remédio..  me levar ao hospital..  ligar para meu médico... Ou pedir para o humano voltar correndo.

A casa quase entrando em colapso e ele nem sequer vai passar um pano nós móveis.

Normal.

O humano não vai passar também.

Fazer o básico do básico do básico. É o que nos resta.

E ter paciência.

E lembrar que ele prefere arranhar a porta de madeira do que passar pela porta de vidro.

Amor é isso.

Obrigada, meu bem.

Ribeirão Preto, 05 de maio de 2020.


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