18 de jul. de 2021

QUASE QUE LEVO UMA SURRA

 Meu caro, minha cara.


Às vésperas de fazer aniversário, com o coração pesado, triste, com raiva e cheio de choro e mágoa, resolvi pôr em prática um conselho e fui fazer uma coisa do qual gostasse muito.


Propus uma volta de moto com meu marido e fomos ao parque depois do café.


Enquanto ele ficou sentado num dos bancos, cabeça abaixada prestando atenção no celular, fui caminhar com a câmera na mão, crente de que não acharia nada por causa do tempo nublado e seco.


Mas me enganei. Ainda bem.


Perto do campo principal, havia vida. Muitas, grandes e pequenas. Fotografei várias e voltei contente.


Na volta, vi a última vida que queria fotografar: um galo enorme, maior que todos os que já tinha visto.


Fui devagar e ajustei o zoom da câmera. Só que ele me notou.


E não gostou.


Quando percebi, ele mirou no meu rumo, ciscou no chão com raiva, estufou o peito e bateu as asas. 


Pensei: "Me fudi!"


Sai de mansinho, com ele me escoltando para fora da passarela. Quando ele viu que eu (ou a minha câmera) não era uma ameaça, sossegou e foi embora.


E eu ri. Ri como a muito tempo não ria. Um riso que pensei que estava extinto.


Até o momento, aquele galo me deu o melhor presente de aniversário que poderia receber...


Ribeirão Preto, 18 de julho de 2021.




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