21 de fev. de 2018

O QUE EU PERCEBI... ASSISTINDO CHEF'S TABLE

Meu caro, minha cara,

Sou uma assídua consumidora das séries da Netflix. Meu marido fica p*** comigo, porque ele acha que eu dou muita atenção para o aplicativo. Não adianta dizer que eu só assisto enquanto cozinho, ou quando ele está jogando vídeo game, ou quando ele está dormindo e meu cérebro parece uma árvore de natal acesa.
Não importa a explicação, para ele, eu estou viciada.
E eu acredito que ele tenha uma parcela de razão.
Nos últimos tempos, comecei a assistir Chefs Table (A Mesa do Chef). Eu pensei: “será um programa que NÃO É de culinária, mas vai falar sobre culinária.
E me ferrei, porque a última coisa que eles falam é sobre culinária.
Episódio após episódio, fui percebendo o porquê cada uma daquelas pessoas havia sido escolhida para ser o protagonista de cada capítulo. E quando eu digo “perceber”, ao invés de “aprender”, é de propósito: para mim, o processo de aprendizagem é um processo de experimentação e ação; você tem uma ideia, põe em prática, vê o resultado, corrige o que precisa (se der) e põe em prática de novo (se não estiver muito traumatizado com o resultado alcançado até então).
                Perceber significa “notar através dos sentidos; depreender o significado de algo por intermédio da inteligência ou sensibilidade”. Perceber é compreender, mas não significa que tudo o que eu percebo eu apreendo.
Bom, mas eu não comecei a escrever por causa da minha concepção do que seja a diferença entre duas palavras, mas sobre a série. Então, vamos a ela.
Com o passar de cada episódio, pude perceber que:
- Se você tem algo bom na sua mão, mas ninguém está nem aí para o que você produz, não mude seu produto; mude seu público;
- Se quiser algo bom de verdade, convide pessoas que compartilhem de sua noção de qualidade e que estejam comprometidos com o resultado;
- E se quiser que seja algo realmente bom de verdade, procure pelo que há de melhor. Se não houver, produza;
- Modas passam. Seus sonhos mudam. Sua integridade é a única coisa que tem que permanecer;
- Não perca tempo com gente ruim. A vida é muito curta para perder tempo com os “Exús-sem-luz” que sempre encontramos pelo caminho;
- Você nunca sabe de onde virá a inspiração para seu próximo trabalho. Por isso, fique atento ao que acontece à sua volta, ao que acontece fora da sua volta, ao que acontece no outro lado da rua, do muro ou do planeta;
- Muitos irão duvidar da sua capacidade de fazer um trabalho belo. Sua função é provar que você pode produzir algo espetacular, mas não para provar para os outros que você consegue, mas sim pra você mesmo/mesma;
- Todos temos a mesma matéria-prima, mas é a sua mão, seu cérebro e seu coração que dirão se o que você produzir será algo bonito, sofisticado e útil;
- O seu trabalho nunca é só o seu trabalho. Ele é uma experiência do cliente/usuário. Cuide da experiência;
- Se o que você fizer for bom, as pessoas virão de longe para dar uma olhada no que está fazendo;
- Nada do que você fizer virá sem esforço. Esteja pronto para ralar muito;
- As limitações podem ser encaradas como um ponto final ou um ponto de partida. Quem decide o que será é você;
- Não invente a roda: as melhores coisas do mundo são aquelas que são simplesmente bem feitas;
- Entretanto, não se limite;
- Se você é uma pessoa talentosa, parabéns! Apenas lembre-se de que você não é a única pessoa assim no planeta;
- Compartilhe o que você sabe. É muito mais legal trabalhar em um local em que você veja as coisas crescerem - sejam projetos, produtos ou pessoas;
- Tudo muda. A vida é um ciclo e quando um ciclo acaba, outro apenas começa. Não há o que se lamentar (pelo menos, não pela eternidade);
- Não seja metido a besta: gente besta é chata;
- O trabalho é um meio para se conseguir o que quer. Se você não sabe o que quer afora o que já decidiu para sua carreira, então você está ferrado/ferrada;
- Nem sempre dá para fazer o que se quer. Ou você abstrai ou você muda sua realidade. Mais uma vez, a escolha é sua;
- Fazer dá medo. Mas medo não é motivo para não fazer.

Minhas vistas foram até aqui. Deste ponto em diante, fico me perguntando o que perceberei no futuro.
                Obrigada por ter lido até o final! Espero que tenha valido à pena.
                Bom próximo passo a todos!


Ribeirão Preto, 14 de dezembro de 2017

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