28 de dez. de 2019

DENTRO DA NORMALIDADE


Meu caro, minha cara.

Anos atrás, quando eu era solteira e fazia o que dava na telha, eu ia mais a um dos parques da cidade aos finais de semana.

Romanticamente, escolhia um livro, ia até o parque com meu carro, escolhia um lugar para sentar e começava a ler.

Depois de cinco minutos, desistia de ler e ficava olhando as pessoas que passavam por lá.

Aliás, observar as coisas e as pessoas é um dos meus passatempos favoritos.

Um dia, durante a Agrishow, fui para o parque. Muitas crianças, muitos pais, mães e avós correndo atrás delas. Muitas pessoas fazendo suas caminhadas.

Quem destoou da paisagem foram as duas meninas loirinhas que subiram a ladeira em cima de seus saltos meia-pata.

Era... umas quatro da tarde? Não lembro bem. Mas era à tarde. Em meio a todas as pessoas que combinavam com o ambiente, essas duas apareceram e descombinavam tudo. Se estivessem em uma boite, combinariam, mas não estavam.

E não sei se alguém notou o detalhe, mas era o final de semana da Agrishow...

As meninas (não vou dizer mulheres, porque eram muito novinhas) chegaram no parque com seus saltos altos, suas bolsas enormes, seus vestidos e saias minúsculas e suas maquiagens borradas.

Foram em direção ao banheiro.

Cerca de 20 minutos depois, sairam.

Maquiagens refeitas, roupas trocadas, mesmos sapatos, perfume.

Sairam do mesmo jeito que chegaram: cagando e andando para quem prestou atenção nelas ou fez algum julgamento de valor.

(...)

A vida não é fácil...

Ribeirão Preto, 28 de dezembro de 2019.


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