16 de fev. de 2020

AO COSMOS

Meu caro, minha cara.

Vi uma estrela cadente hoje. Um pedaço de meteoro caído do céu, vindo de outros mundos, sejam eles do tamanho de planetas, estrelas ou uvas.

Vi uma estrela cadente e não soube o que pedir.

Desejei coisas que talvez pudessem magoar.

Ou libertar.

Mas fiquei mesmo foi olhando para o céu escuro revelando sua mortalha de estrelas.

Fiquei olhando para a nuvem solitária, sobrevoando bairros agora distantes, iluminada por dezenas e dezenas de postes, faróis e lampadinhas nas sacadas das casas.

Deixando para trás as luzes da cidade e abraçando a luz das estrelas, só pude contemplar esse deus das pequenas coisas, que habita nos insetos que batem no meu capacete, nas folhas de grama escurecidas pela noite e nas estrelas cadentes vindas de mundos frios e do tamanho de uvas.

Essa contemplação que hoje é tão estranha a tantos outros, afeitos da binária velocidade. Essa beleza que, para tantos, não é beleza: é bruxaria...

...é a fantasia escondida atrás dos segundos e de tantos cotidianos únicos.

... é a fascinação... É o sorriso pelas coisas tolas...

... é a magia do olhar atento e do coração amistoso...

...E se eu viver sem essa magia, terei morrido em vida...

Cravinhos, 15 de fevereiro de 2020.


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