Vi uma estrela cadente hoje. Um pedaço de meteoro caído do céu, vindo de outros mundos, sejam eles do tamanho de planetas, estrelas ou uvas.
Vi uma estrela cadente e não soube o que pedir.
Desejei coisas que talvez pudessem magoar.
Ou libertar.
Mas fiquei mesmo foi olhando para o céu escuro revelando sua mortalha de estrelas.
Fiquei olhando para a nuvem solitária, sobrevoando bairros agora distantes, iluminada por dezenas e dezenas de postes, faróis e lampadinhas nas sacadas das casas.
Deixando para trás as luzes da cidade e abraçando a luz das estrelas, só pude contemplar esse deus das pequenas coisas, que habita nos insetos que batem no meu capacete, nas folhas de grama escurecidas pela noite e nas estrelas cadentes vindas de mundos frios e do tamanho de uvas.
Essa contemplação que hoje é tão estranha a tantos outros, afeitos da binária velocidade. Essa beleza que, para tantos, não é beleza: é bruxaria...
...é a fantasia escondida atrás dos segundos e de tantos cotidianos únicos.
... é a fascinação... É o sorriso pelas coisas tolas...
... é a magia do olhar atento e do coração amistoso...
...E se eu viver sem essa magia, terei morrido em vida...
Cravinhos, 15 de fevereiro de 2020.
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