Meu caro, minha cara.
Meu primeiro trabalho foi num banco. Fiquei lá dois anos e meio e fui promovida duas vezes: a primeira eu saí do atendimento Pessoa Física e fui para Pessoa Jurídica. A segunda vez eu sai da cidade em que meus pais moram e vim para a cidade que estou hoje.
Vim parar no segmento com a maior carteira de contas jurídicas do banco.
E chutei tudo poucos meses depois para trabalhar com RH.
(mas isso é outra história)
Enquanto estava na agência da cidade dos meus pais, haviam dois dias no mês que eram verdadeiras operações de guerra: 5º dia útil e dia 10. Blindávamos a entrada da agência para que o menor número de pessoas possível fossem até aos caixas internos, direcionando tudo o que podia para os caixas eletrônicos e correspondentes bancários.
Mesmo assim, era um pequeno inferno.
(mas isso também é outra história)
Uma coisa que era comum nesses dois dias, todos os meses, eram as filas.
E as pessoas reclamando na filas.
Pois elas reclamavam para as outras pessoas nas filas.
Nunca para a gerente da unidade.
(...)
Durante a faculdade (mas mais ainda durante a terapia) ficou muito claro - para mim, pelo menos - o funcionamento de um comportamento masoquista.
O prazer pelo sofrimento...
...querer e não ter...
...semear um deserto com boas sementes...
...arar praias...
...investir em buracos emocionais...
...reclamar baixinho para que ninguém te escute...
...e ter o prazer de ter sempre sobre o que falar...
(...)
Acho o sofrimento tão previsível, não?
O gozo não é previsível. Você não sabe quando ou o que vai te fazer te despertar para a alegria, a satisfação... nem mesmo quando você está transando você sabe se vai gozar ou não...
O gozo dá trabalho...
...mas o sofrimento...
...é satisfação garantida...
Ribeirão Preto, 12 de fevereiro de 2020.
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