5 de abr. de 2020

MERA COINCIDÊNCIA

Meu caro, minha cara.

Tiro as roupas de dentro da máquina de lavar e vejo que algumas estão cheias de pelinhos brancos.

"Ai droga! O filtro tá entupido!"

Tiro todas as roupas, separo aquelas que vou ter que lavar de novo, estendo as outras nos varais e vou ver o filtro.

Entupido era pouco! Estava lastimável...

Mesmo com os pelinhos brancos, estendi as peças que precisavam de nova lavagem, para limpar a área de serviço. Então, enchi a máquina e joguei um frasco inteiro de cloro dentro.

(...)

No dia seguinte (hoje, pleno domingo), acordo de madrugada. O gato queria sair do quarto e eu, sair do corpo.

Demorei ainda pra levantar, mas mesmo assim foi muito cedo.

Mas me levantei. Tomei café, banho, pus ração pro gato, lavei louça e soltei o kraken.

Fui até a máquina de lavar e vi o quanto de sujeira havia se desprendido dela. Soltei a água e tirei a sujeira com um pano.

Enchi novamente, pus para agitar (para soltar mais sujeira) e esvazie novamente.

Quando fazia a segunda rodada de retirada dos pequenos detritos, meu nariz resolveu funcionar.

(Não sei se você sabe, mas quase não tenho olfato)

O cheiro era de... Cloro.

(Claro que era de cloro, o que eu deveria esperar?)

Mas aquele cheiro suave de cloro me fez lembrar das manhãs de domingo em que íamos no clube.

Quando criança, sempre detestei acordar cedo. Ainda mais nos domingos. Mas quando era para ir no clube, eu desculpava o universo por isso.

Aliás, para mim, o melhor dos mundo seria aquele em que eu pudesse dormir até tarde e, quando saísse, o sol retrocedesse seu curso para poder aproveitar mais horas na piscina.

A entrada das piscinas era pelo vestiário. Azulejos cor azul calcinha com textura de micro bolinhas. Quando andava descalça, arranhava meus pés.

Subíamos as escadas e passávamos por um pequeno tanque para retirar a sujeira dos pés.

E lá estavam as piscinas! Azuis, cheias de água, com seu cheiro característico de cloro e suas pedras claras e quentes pelo sol.

Só não era mais perfeito porque minha mãe insistia para eu sair em alguns momentos e passar o protetor solar.

Quem me dera existir um protetor contra mães super protetoras...

(Pode parecer ingratidão o que eu disse, mas esperar o protetor solar secar era o menor dos meus problemas...)

Terminando de limpar a máquina, terminam as minhas lembranças. Agora, sento no sofá para contar isso, olhando para fora e vendo um dia perfeito de sol nesta quarentena.

Meu marido acorda e sai do quarto. Vai direto para o banheiro lavar o rosto e tomar banho.

Está é a minha deixa para voltar para encarar que preciso comprar cloro para limpar a casa...

Ribeirão Preto, 5 de abril de 2020.


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