21 de jun. de 2020

TEREI RECEBIDO UM CONVITE?

Meu caro, minha cara.

Essa noite eu tive um sonho.

Sonhei que passei a morar com uma família de moral duvidosa.

Nela, havia um segurança de uma fábrica de doces que trazia caixas e mais caixas de sonhos recheados com creme todos os dias.

(Diga-se de passagem, os melhores sonhos que já comi em vida)

Havia um homem de bigodes pequenos e sujos que tinha uma máquina de engarrafar água da torneira como se fosse água mineral. O mesmo homem roubava óleo dos carros e dava cavalos de pau em uma carreta no meio de uma rua de mão única.

(Como eu disse, é tudo um sonho)

Haviam crianças pequenas que, assim que tirei meus anéis dos dedos (eles estavam me matando!), reinvidicação os anéis como se fossem seus.

Meu carro era um daqueles bem antigos, da década de 1970, cheio de tralhas, mas imaculadamente limpo e lustroso.

Era louca por ele.

Havia também um preto velho, a quem eu mandava tomar no c* a toda hora com os dedos (velho chato da p****), a preta velha que vi muitos anos atrás, como num sonho em plena vigília (já falei isso aqui, mas ela era gente boa) e o cara mais normal que havia era um que simplesmente adorava mascar palitos de dente: tinha caixas e mais caixas de palitos em seu armário, formado por prateleiras de plástico e uma cortina velha de chuveiro servindo como porta.

Antes de acordar, vi que tinha conseguido conseguir daquela família para ajudar uma desconhecida a transportar seus panos de brincos hippies para uma barraquinha, pois havia ganhado uma licença da prefeitura para vender na rua.

Depois disso, acordei com a dor de cabeça de sempre, preparei um café e dei bom dia ao dia.

Ah! E tomei os remédios que - eu espero encarecidamente - me ajudam a lidar com um Kraken descontrolado.

E por que eu falei isso tudo? Porque me diverti horrores com esse sonho e acordei me perguntando se eu não seria mais feliz se tivesse uma moral tão duvidosa quanto eles.

Ribeirão Preto, 21 de junho de 2020.


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