Meu caro, minha cara.
Peguei banco agora à tarde e fui resolver coisinhas que só se resolvem em horário comercial. Fui no médico, na farmácia, na outra farmácia, na outra outra farmácia, no posto de combustível.
Ufa...
Decidi que era a hora de me dar algo.
Algo mais permanente que um chá gelado ou um pão de mel.
Entrei na loja de sapatos que eu gosto. Provei, provei e provei e acabei pegando uma rasteirinha.
O vendedor me acompanha até a porta e se despede como a minha melhor amiga.
Na saída, chuva.
Pingos grossos e pesados. E caindo mais e mais.
Encarei. Sorrindo. Dando risada por dentro das pessoas que fugiam da chuva.
Andei devagar até o carro. Nesse pequeno caminho, me pego lembrando das enchentes que houveram em Santos: água até os joelhos, pessoas desesperadas querendo "se salvar" e eu, feliz da vida com tanta água.
Me pego lembrando do dilúvio que pegamos no primeiro mês de faculdade: 10 "crianças" voltando para suas respectivas repúblicas e pensões correndo pelas ruas, chutando a água das enchurradas uns nos outros, ao som de gritos de "cuidado com a leptospirose!".
Me pego lembrando da primeira casa que morei em Ribeirão: um sobrado que, na parte de cima, tinha um grande terraço. Era uma república mista e numa noite de chuva como aquela, saímos para o pátio para brincar de pegar gripe.
Chego no carro ensopada.
E dando risada.
Minha camiseta era branca.
Ribeirão Preto, 17 de janeiro de 2020.
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