Meu caro, minha cara.
Vejo o tédio naqueles olhinhos, que ora se fecham buscando o sono, ora se abrem com espanto por culpa de uma borboletinha desavisada.
Escuto sons de bombas, alarmes e explosões saindo do limbo que paira sobre o sofá, comendo as horas e a intimidade.
Sinto meu relógio fazendo tic-tac, com seu pêndulo me levando de um extremo ao outro, entre paciências, ações, decisões definitivas e o benefício da dúvida.
"Nem tanto à terra, nem tanto ao mar", eu repito a mim mesma.
Os opostos se distraem e tenho o suficiente aqui dentro para viver gerações distraída...
Ribeirão Preto, 20 de março de 2020
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